quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

E… estamos de volta!!

Pois é, abandonámos o blog por um largo período, ou para ser honesta achávamos mesmo que não iríamos escrever mais nada por falta de tempo, paciência, etc, etc. É que parecendo que não, isto dá muitoooo trabalho e se é um facto que a grande maioria dos nossos amigos até vai lendo os nossos posts, a verdade é que poucos vão comentando. Bem, mas o que nos fez retomar verdadeiramente e que nos deu um incentivo extra para voltar a escrever e publicar fotografias foi o presente de Natal que acabámos de receber cá em casa vindo directamente de Portugal – um livro com todos os nossos posts de 2010 impressos. Está lindoooooo!!! Muito obrigada Tia, não podíamos ter gostado mais, é uma recordação para a vida!

Assim sendo, e para recomeçar em força os relatos das nossas experiências down under, aqui ficam algumas impressões da nossa viagem até à Tasmânia. No final de Novembro, e aproveitando a estadia da mãe do Pedro connosco, viajámos os 3 até esta ilha conhecida entre os Australianos como “Tassie”, situada em frente a Melbourne. Quando olhamos para o mapa a Tasmânia parece uma ilha minúscula, pelo menos em comparação com o resto do país, mas a verdade é que não é muito mais pequena do que Portugal.

Richmond

A Tasmânia começou por ser (tal como a Austrália no geral) uma colónia de condenados. Para aqui vinham os condenados não só que tinham sido enviados para a Austrália para cumprir as suas penas, mas que depois de libertados, cometeram novos crimes já neste país! Todos eles eram enviados para Port Arthur, o nosso destino do primeiro dia. Entre 1830 e 1877, 12.500 condenados foram enviados para esta península, uma verdadeira penitenciária natural, e que hoje é sem dúvida um local de visita obrigatória, com alguns dos edifícios que faziam parte deste hub prisional muito bem recuperados, o que nos permite ficar com uma ideia bastante clara do que por ali se passou.

Port Arthur

Hobart, a capital da Tasmânia, é também uma cidade em relação à qual vale a pena perder pelo menos um dia a visitar. A cidade é toda virada para a água, tem um mercado animadíssimo todos os sábados de manhã (os Salamanca Markets), numa rua com muitos barzinhos, restaurantes e cafés, e um bairro com casas muito giras do século XIX, rodeadas de jardins (Battery Point).

Infelizmente o tempo não nos permitiu ficar a conhecer as praias da costa este, situadas no Freycinet National Park, que pelas descrições dos guias devem ser lindas de morrer. Nós, persistentes, ainda andámos umas boas dezenas de kilometros até lá, mas infelizmente o nevoeiro era mais do que muito e não víamos um palmo à frente do nariz.

O destino seguinte, Strahan, obrigou-nos a atravessar a ilha para chegar até à costa oeste. Strahan é uma vilazinha pequena junto à praia, muito engraçada. O caminho até lá levou uns bons pares de horas, e foi feito com paragens várias. As paisagens por onde íamos passando eram as mais bonitas possíveis, onde o verde era a cor predominante, mas que apesar disso iam variando ao longo da estrada: ora eram kilometros e kilometros de pastos verdes, cheios de ovelhas, com montanhas ao fundo, ora campos cheios de flores, com rios atrás, ou a seguir paisagens de montanha, com muitas árvores e vegetação muito densa. Ainda fizemos umas paragens para umas caminhadas, uma delas para chegarmos a umas cascatas enormes e lindas de morrer.

De Strahan partimos para uma viagem de 4 horas num antigo comboio a vapor que anos atrás era usado pelos mineiros, e que actualmente foi todo recuperado para levar turistas por paisagens inacreditáveis.

Depois da viagem de comboio seguimos para o Cradle Mountain National Park, sem dúvida um dos pontos altos da nossa viagem. Aqui a paisagem era já bastante diferente, muito mais agreste e fria. Como chegámos ao fim do dia aproveitámos para, antes do por do sol, ir ver a “bicharada” local, já que é a esta hora que há mais hipóteses de os “fisgar”!! A nossa incursão pelo meio do mato foi muito bem sucedida e valeu a pena a luta contra os mosquitos que também decidiram aparecer ao fim do dia: vimos equidnas (o Pedro ficou completamente em êxtase pelo alegado momento único, pois para os que como eu não sabem, estávamos perante um dos dois únicos mamíferos do mundo que põem ovos), cangurus com crias nas bolsas, wombats e os famosos diabos da Tasmânia. Só ficaram mesmo a faltar os ornitorrincos!

No dia seguinte, bem cedo, fomos fazer uma caminhada de 4 horas em Cradle Mountain. Adorámos! As fotografias acho que falam por si!

Aproveito para desejar a todos um bom Natal e um óptimo 2011! Nós estamos de partida para Melbourne, onde passaremos a noite de Natal com a Mariana e o Francisco que nos vieram visitar e que já andam a viajar por essa Austrália fora, e com a Isabel e John. De dia 25 até dia 31, estaremos a viajar pela Great Ocean Road e a fazer a costa até Adelaide, com uma visita a Kangaroo Island, por isso teremos muitas coisas para contar! Até já!